Após uma discussão com um colega de classe sobre o abordo (ele contra, eu a favor), consegui escrever os seguintes pensamentos:
1) o que é VIDA
Você aceita que as pessoas tenham direito de matar um porco que, comprovado por pesquisas, é sensiante, ou seja, sente dor, e tem a inteligência e consciência de uma criança de 2 anos.
Mas é contra que uma mulher, sensiante, consciente e com capacidade de definir certo e errado tenha o direito de escolher o que fazer com seu corpo. Tendo em vista um ser, apenas sensiante a partir do ? Mês de “vida”.
Em um mundo onde vida tem tanto significados científicos quanto religiosos, é impossível chegar à um acordo tão simplesmente. É preciso então, criar um limite baseando no melhor para o futuro tá sociedade como um todo e para os indivíduos CONSCIENTES e sensiantes do presente.
2) A vida na prática
Consciência: Capacidade de observar o meio ambiente e tirar conclusões sobre tal.
Sendo um conceito difícil -mas não impossível – de ser comprovar empiricamente, a filosofia entrou em vantagem da ciência na idade moderna. A filosofia tem como ponto de partido a definição da “condição humana”, o que nos diferencia dos outros seres vivos e o que nos faz humanos. A consciência antigamente vinha como a principal condição humana, mas conseguirmos comprovar, pela ciência da psicologia e Biologia que grande parte, a maioria, do reino animal possui a consciência sobre os acontecimentos que o rodeiam.
Sensiante: Capacidade de sentir dor e emoções. Algumas correntes filosóficas e religiosas também acreditavam que o ser humano era o único capaz de sentir dor e emoções. Mas já mudou-se esta forma de pensar, também por provas científicas que cada vez mais comprova tal verdade: Os animais sentem tanta dor e são tão conscientes quanto os seres humanos.
O pensamento de que os animais não possuem emoções e não são conscientes acabou se fundindo na crença popular, acreditando, portando, que o ser humano é um ser especial, portadores, talvez, da única e genuína “Vida”.
A consequência é algo chamado Especismo. A ideia de que o ser humano é a única vida que vale o esforço no mundo e que os outros animais são meros objetos para nossa utilização.
Com isto, criou-se um conceito inconsciente de que a vida algo inteiramente humano, não importa a idade, ideais, filosofias de vida, visões de mundo, ações, comportamento, etc. Ao mesmo, é claro, que se formam hierarquias para a vida humana, ou seja, pessoas diferentes da norma padrão para o que seria “a genuína vida humana” possuem “menos vida” que os que mais se aproximam, podendo assim ser excluídos da sociedade.
É óbvio que o conceito de vida é pouco concreto, abstrato e sem um ponto de partida e de encerramento. Sendo assim, manipulável pelos que controlam as massas. Qualquer hierarquia presente na sociedade humana é oportunidade de controle sobre os abaixo da pirâmide: a frase “bandido bom é bandido morto” é um ótimo exemplo, ela é usada para que se tenha um conforto, os mais favorecidos que dificilmente terão de enfrentar uma vida em ambientes poucos favoráveis para a moral social não são afetados pela criminalidade marginal e quando são, o dinheiro cria uma neblina que afasta as imprensas. Toda a culpa do dinheiro roubado e pessoas mortas caí sobre a vítima dos verdadeiros criminosos (os que detém o controle sobre a informação, sobre o dinheiro e comércios).
Como conclusão, o conceito de vida é uma ferramenta para o controle das massas. Vemo-nos então, em uma sociedade onde a vida de um feto é mais importante que a vida já desenvolvida, já no ápice das sensações, das emoções, dos sonhos, das dores, da moral e da ética. Não é surpresa que exitem pessoas contra o abordo e que ao mesmo tempo defenda a pena de morte.
3)Minha opinião igual fumaça
Dou então, o minha visão suja e pouco confiável do que é a vida: algo acompanhado ou não de um corpo, que possui ou a consciência, ou a sensação, ou ambos. Não possuem hierarquias, uma vez que a dor é subjetiva. Mas deve-se entender que a natureza, no presente momento, exige sacrifícios. Vidas morrem para que outros continuem. É preciso chegar à um acordo sobre o melhor para a vida como indivíduo e a vida em sociedade. Existem outras formas? Se não, Qual escolha exige menos sofrimento? Quantos são beneficiados? E quantos negativamente influenciados?